Mounjaro: Novo aliado no controle do peso e seus reflexos na fertilidade
Quando o assunto é Mounjaro, o nome pode até soar novo para quem acompanha as notícias de saúde no Brasil, mas lá fora, principalmente nos Estados Unidos, ele já circula entre pacientes e médicos, principalmente para quem busca perder peso e controlar a glicemia. O que vem chamando atenção por aqui agora é uma questão que mexe com a vida de muitas mulheres: será que esse remédio pode ajudar também quem sofre para engravidar?
O Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, foi aprovado para tratar diabetes tipo 2, mas o efeito colateral de queda de peso acabou virando o centro das atenções. Isso porque condições como a síndrome do ovário policístico (SOP) — que atinge até 1 a cada 10 brasileiras em idade reprodutiva — geralmente andam de mãos dadas com excesso de peso e resistência à insulina. Esses dois fatores são conhecidos vilões da fertilidade, bagunçando ovulação e hormônios.
Já existem relatos e até estudos iniciais sugerindo que mulheres com SOP e obesidade que usaram Mounjaro perderam peso, passaram a ter ciclos menstruais mais regulares e, de quebra, melhoraram seus marcadores hormonais. Isso coloca o medicamento em um radar de esperança para quem vive a luta com a infertilidade relacionada à balança e à insulina descontrolada.
- Redução de peso em poucas semanas de uso;
- Melhora da sensibilidade à insulina, crucial para mulheres com SOP;
- Possível regularização dos ciclos menstruais e ovulação;
- Benefícios indiretos sobre hormônios sexuais e fertilidade.
Médicos explicam que, ao atuar nos receptores GLP-1 e GIP-1, o Mounjaro tem dupla ação, controlando melhor o açúcar no sangue e a fome, o que faz o ponteiro da balança cair. Isso acaba mexendo direto na saúde reprodutiva, já que a maioria dos casos ligados à SOP melhoram quando há perda de peso e ajuste hormonal. Muitos especialistas já relatam em consultórios brasileiras situações de pacientes que conseguiram engravidar depois de normalizar o ciclo menstrual usando o remédio, mesmo que talvez sem intenção inicial.
Mounjaro não é indicado para gravidez — e é aí que mora o cuidado
Apesar desse cenário otimista, há um alerta importante nessa conversa. Pesquisas feitas em animais levantaram preocupações sobre os impactos desse medicamento na gestação, apontando riscos ao desenvolvimento do feto. Ou seja, mulheres grávidas ou tentando engravidar imediatamente não devem usar o Mounjaro — pelo menos até que a ciência apresente dados mais sólidos de segurança.
Quem planeja aumentar a família e se interessa pelo Mounjaro deve conversar de perto com seu médico ou médica. A orientação geralmente é que o uso seja evitado durante a gestação e suspenso algum tempo antes de tentar engravidar. Autoridades sanitárias e sociedades médicas seguem com recomendações cautelosas, aguardando mais ensaios clínicos que esclareçam até que ponto o remédio pode, de fato, ser aliado ou representar riscos à fertilidade e ao desenvolvimento do bebê.
No fim das contas, a notícia de que o Mounjaro está chegando aos consultórios brasileiros prometendo mais saúde, menos peso e, quem sabe, novas perspectivas para mulheres com dificuldade de engravidar, renova discussões sobre tratamentos de fertilidade e destaca o quanto a saúde metabólica e reprodutiva estão conectadas. Especialistas seguem pedindo acompanhamento próximo, sempre lembrando que automedicação não é opção, especialmente quando o sonho de ter um filho está em jogo.