Contexto da campanha de 1992
O ano de 1992 foi intenso para o Flamengo na Copa Libertadores. Após garantir a classificação na fase de grupos, o clube enfrentou adversários sul‑americanos de grande tradição, buscando chegar ao título continental pela primeira vez desde a década de 80. A equipe, comandada por Zinho, Nunes e Jorginho, apresentava um futebol ofensivo, mas também precisava lidar com as dificuldades de jogar fora de casa.
O segundo confronto da fase de mata‑mata colocou o Flamengo contra o Estudiantes de La Plata, da Argentina. O duelo era esperado como um teste de resistência, pois o classificar‑se exigiria superar um time acostumado ao clima frio de La Plata e ao apoio fervoroso da torcida local.

O jogo que virou caos
Na noite de 28 de julho de 1992, o Estádio Jorge Luis Hirschi recebeu o Flamengo. Desde o apito inicial, a partida foi marcada por episódios inesperados. Primeiro, um problema nas luzes do estádio gerou uma paralisação de cerca de quinze minutos, obrigando os árbitros a interromper o jogo para que a visibilidade fosse restabelecida.
Quando a partida voltou, um lance controverso mudou o rumo da partida: um gol marcado pelo atacante Zinho foi anulado por suposta impedimento, embora as imagens mostrassem posicionamento regular. A reação da torcida do Flamengo foi imediata, com protestos que atravessaram as arquibancadas e culminaram em uma breve invasão ao campo.
Os seguranças conseguiram retomar o controle, mas o clima de tensão já estava instalado. Em meio ao desespero dos rubro‑negros, o árbitro decidiu terminar o jogo após 85 minutos, alegando questões de segurança. O placar ficou 1 a 0 a favor do Estudiantes, mas a decisão gerou um debate intenso entre dirigentes e a Conmebol.
Com duas equipes ainda empatadas no placar agregado, a Conmebol determinou que seria realizada uma partida de desempate em território neutro. O encontro decisivo aconteceu em Montevidéu, onde o Flamengo conseguiu virar o marcador ao vencer por 2 a 1, garantindo a vaga nas quartas de final.
A classificação levou o time carioca a enfrentar o Racing Club, da Argentina, em uma nova etapa da Libertadores. A preparação para o próximo duelo foi marcada por um trabalho tático intenso, com o técnico Paulo Mário buscando ajustar a defesa e melhorar a organização nos contra‑ataques.
- Flamengo levou a melhor nos pênaltis em Montevidéu contra o Estudiantes.
- O próximo adversário, Racing Club, possuía um elenco experiente, incluindo jogadores como Diego Milito.
- O clima de confusão do primeiro confronto aumentou a pressão psicológica sobre o time.
O episódio de 1992 ficou registrado como um dos momentos mais curiosos da história da Copa Libertadores, lembrado tanto pelos torcedores do Flamengo quanto pelos amantes do futebol sul‑americano. A capacidade de superação do Rubro‑Negro, ao transformar a adversidade em vitória e avançar contra o Racing, reforçou a reputação do clube como grande competidor continental.