IPCA de setembro 2023 sobe 0,26% e energia eleva inflação, diz IBGE

IPCA de setembro 2023 sobe 0,26% e energia eleva inflação, diz IBGE

IPCA de setembro 2023 sobe 0,26% e energia eleva inflação, diz IBGE

Quando Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, na manhã de 11 de outubro de 2023, que o IPCA registrou alta de 0,26% em setembro, o país recebeu um alerta claro: a energia está puxando a inflação para cima. O número, divulgado às 09h00 UTC, representa um salto de 0,03 ponto percentual em relação aos 0,23% de agosto e rompe com a deflação de -0,29% do mesmo mês de 2022.

Panorama geral da inflação de setembro

Para quem acompanha o ritmo de preços, o dado de 0,26% pode parecer pequeno, mas o impacto se acumula. No acumulado do ano até setembro, o IPCA subiu 3,50%, enquanto a taxa de 12 meses chegou a 5,19%, acima dos 4,61% registrados em agosto. Essa escalada tem alimentado debates sobre o poder de compra e a eficácia da política monetária.

Desdobramento por grupos de consumo

Do total, seis dos nove grupos pesquisados apresentaram alta. O destaque ficou para o segmento monitorado pelo governo – energia e combustíveis – que impulsionou o índice em 1,87 ponto percentual. Se excluíssemos o efeito da eletricidade, a inflação de setembro cairia para apenas 0,08%.

Entre os que recuaram, alimentos e bebidas perderam 0,26%. Foi a quarta queda consecutiva, com tomate despencando 11,52%, cebola 10,16%, alho 8,70% e arroz 2,14%. As refeições fora de casa desaceleraram de 0,50% em agosto para 0,11% em setembro. Serviços, por sua vez, perderam ímpeto, de 0,39% para 0,13%.

Alguns detalhes valem a pena destacar:

  • Comunicação registrou deflação de 0,17%.
  • Produtos de vestuário subiram 0,63%.
  • Saúde e cuidados pessoais avançaram 0,17%.
  • Bem‑estar doméstico recuou 0,40%.

Análise regional: São Luís e Salvador

Os números variam bastante de cidade para cidade. São Luís, no Maranhão, liderou o ranking com alta de 1,02%, impulsionada por um salto de 27,30% no preço da energia elétrica. Já Salvador, na Bahia, registrou o menor aumento – 0,17% – graças à queda de tomates e à redução no seguro de veículos.

Reações do Banco Central e expectativas de mercado

Reações do Banco Central e expectativas de mercado

O Banco Central do Brasil já havia sinalizado, no relatório de inflação de setembro publicado em 25 de setembro, que o mercado espera que o IPCA termine 2023 em torno de 4,9% e 2024 em 3,9%, segundo a pesquisa Focus de 15 de setembro. Na última reunião do Copom (19‑20 de setembro), a autoridade monetária ressaltou que as expectativas de longo prazo começaram a se firmar novamente após a fixação da meta de inflação para 2026 nos mesmos patamares de 2024 e 2025.

A alta nos preços monitorados – principalmente energia elétrica e gasolina – coloca pressão sobre a decisão de ajustes nas taxas de juros. Se a tendência de energia persistir, o cenário pode mudar rapidamente, obrigando o Banco Central a rever a política de corte gradual.

O que isso significa para o consumidor

Para o brasileiro de bem‑estar, a mensagem é simples: a conta de luz pode pesar mais no orçamento este mês. Enquanto a cesta de alimentos alivia o bolso, o aumento de 27% na energia de São Luís mostra como a inflação pode ser desigual. Em regiões onde a energia repete esse salto, trabalhadores com renda fixa sentem o aperto mais cedo.

Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha famílias de renda mais baixa, subiu 0,52% em setembro, acumulando 5,10% nos últimos 12 meses. Essa diferença entre IPCA e INPC indica que o peso da inflação recai mais fortemente sobre quem tem menor poder de compra.

Perspectivas para os próximos meses

Perspectivas para os próximos meses

Os analistas concordam que a evolução da conta de energia será o termômetro mais sensível nos próximos lançamentos do IPCA. Se houver estabilização nos preços de combustíveis e eletricidade, a inflação pode voltar a ficar abaixo de 0,5% ao mês. Caso contrário, o Banco Central pode precisar agir mais agressivamente, elevando a taxa Selic para conter a alta.

Por ora, o IBGE avisa que continuará acompanhando de perto a variação dos grupos de energia e alimentos, já que eles são os principais motores da volatilidade.

Perguntas Frequentes

Como a alta da energia impacta a inflação geral?

A energia elétrica e a gasolina compõem o chamado preço monitorado, que impulsionou o IPCA em 1,87 ponto percentual em setembro. Sem esse impacto, a inflação seria apenas 0,08%, mostrando que o setor de energia pode movimentar a variação total em quase dois pontos.

Quais regiões do Brasil foram mais afetadas?

São Luís (Maranhão) registrou a maior alta (1,02%) devido ao aumento de 27,30% na conta de luz, enquanto Salvador (Bahia) ficou com a menor variação (0,17%), influenciada pelos preços mais baixos de tomates e seguros.

O que o Banco Central espera para a inflação em 2024?

Conforme a pesquisa Focus de 15 de setembro, o mercado projeta um IPCA de 3,9% para 2024. Essa expectativa está alinhada à meta de inflação estabelecida para 2026, que mantém os mesmos patamares de 2024 e 2025.

Como a queda nos alimentos afeta o consumidor?

A redução de 0,26% nos alimentos traz alívio ao bolso, sobretudo nos itens mais consumidos como tomate (‑11,52%), cebola (‑10,16%) e arroz (‑2,14%). Contudo, o benefício pode ser compensado pelos aumentos em energia e combustíveis.

Qual a diferença entre IPCA e INPC neste cenário?

O INPC, que mede a inflação das famílias de baixa renda, subiu 0,52% em setembro, um pouco mais que o IPCA (0,26%). Isso indica que os efeitos da alta de energia e de outros serviços pesam mais sobre as camadas menos favorecidas.

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Rafaela Gonçalves Correia
Rafaela Gonçalves Correia outubro 10, 2025

Olha, enquanto o IBGE joga esses números, a gente tem que lembrar que a energia não sobe por acaso.
Existe um real motivo por trás desse salto de 0,26% no IPCA: as concessionárias têm laços profundos com grupos de pressão que sabem como manipular tarifas.
Essas empresas recebem incentivos fiscais que literalmente encobrem o verdadeiro custo de produção.
Além disso, a Agência Nacional de Energia tem, em suas últimas resoluções, aberto brechas para reajustes quase automáticos, alimentando um ciclo vicioso.
Não é coincidência que, simultaneamente, grandes investidores estrangeiros aumentam sua participação nas bolsas de energia.
Essas mãos externas veem a inflação como oportunidade para inflar lucros, enquanto o consumidor paga a conta.
E tem mais: as mudanças regulatórias são frequentemente acompanhadas por “consultas públicas” que, na prática, são controladas por lobby.
O que isso significa? Que quem controla a energia controla a inflação e tem ainda poder de influência nas decisões do Banco Central.
Portanto, quando o Copom fala em taxa de juros, ele já está ciente desses movimentos ocultos.
É por isso que os números de São Luís, com 27% de alta, são um alerta vermelho para todo o país.
Se não houver transparência, a inflação continuará a ser arrastada para cima por esses juros invisíveis.
Eu, como cidadã preocupada, vejo que precisamos de auditorias independentes nos contratos de energia.
Também seria prudente que o governo criasse um fundo de estabilização para amortecer picos sazonais de preço.
Em suma, a energia não é apenas um item de consumo; é um mecanismo de controle econômico.
Ficar de braços cruzados só alimenta o jogo de poder dos poucos que lucram às custas da maioria.
Portanto, vamos exigir mais clareza nas tarifas e pressionar por políticas que realmente protejam o bolso do brasileiro.

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