O impacto da morte de Joel na série
Ninguém achava que a segunda temporada de The Last of Us fosse pegar tão pesado logo no início. Mas não teve jeito: o episódio dois veio com tudo, reproduzindo a morte de Joel quase quadro a quadro do jogo. Para quem não conhecia a história original, foi um choque acompanhar Abby Anderson, interpretada por Kaitlyn Dever, entrar em cena e não hesitar. Com muito sangue frio, ela atira na perna de Joel e termina tudo com golpes brutais de taco de golfe. Para fãs do game, o rosto de Pedro Pascal – ensanguentado e sem reação – só reforça aquela sensação amarga de déjà-vu.
Esse momento não foi só choque gratuito. Assim como no jogo, a morte de Joel serve como ponto de ignição para toda a motivação de Ellie, vivida por Bella Ramsey. A direção não teve medo de mostrar o peso emocional que essa perda causa nela. Quem estava esperando ver Ellie só como aquela menina que corre e brinca pelo mundo devastado se deparou com uma jovem pronta para tudo por vingança. A série abraçou de vez a densidade narrativa do segundo jogo, sem suavizar a barra – o luto escancara as feridas antigas e escurece o caminho de cada personagem.
Fidelidade ao game e consequências para a trama
Desde o início, os criadores da série deixaram claro que queriam fazer justiça à história original de The Last of Us Part II. Essa fidelidade pode ser cruel pra parte do público, mas também é o que diferencia a produção de outras adaptações. Abby, bem longe do clichê de vilã, tem seus próprios traumas e motivações. A vingança dela contra Joel não é sem motivo: o personagem matou o pai dela, levando a história a esse ciclo pesado de violência. O roteiro fez questão de mostrar o rosto dela marcado pela dor, deixando claro que ali ninguém é inocente, muito menos herói clássico.
A morte violenta serve para fazer a segunda temporada deslanchar num clima emocional muito mais tenso. A relação entre Joel e Ellie, que até então funcionava como porto seguro, é arrancada de uma só vez, deixando Ellie sozinha com sua raiva. A partir desse episódio, todo mundo vai acompanhar não só a caçada de Ellie, mas também um estudo sobre as consequências da violência no universo da série. Com o foco na busca por Abby e no mergulho de Ellie na escuridão do próprio trauma, cada episódio promete mexer ainda mais com quem está assistindo.
Para quem ficou em dúvida, a estreia do episódio aconteceu no dia 21 de abril de 2025, marcando o pontapé para um total de sete episódios na temporada. A expectativa agora é ver até onde a adaptação vai levar essa espiral de dor, culpa e brutalidade entre os personagens principais, ainda fiéis ao espírito intenso do jogo.
Todos os comentários
Catiane Raquel Sousa Fernandes abril 23, 2025
Ah, claro, porque ninguém esperava que uma adaptação fiel fosse dolorosa. Se você queria um conto de fadas com zumbis, talvez deveria ter assistido My Little Pony: Apocalipse Zumbi.
Eliana Pietrobom abril 24, 2025
Joel merecia morrer ele é um monstro e Ellie deveria ter matado ele antes de tudo isso começar
Indiara Lee abril 24, 2025
A morte de Joel não é um evento narrativo, é uma desconstituição ética do herói tradicional. A série, ao manter a fidelidade ao jogo, desafia a narrativa hegemônica da redenção individual e impõe ao espectador a responsabilidade de confrontar a continuidade do sofrimento como estrutura moral. Não há heróis. Apenas ciclos.
James Chaves abril 25, 2025
Se a HBO fez isso, é porque a CIA já tinha planejado isso desde 2020 pra deslegitimar o conceito de pai na sociedade brasileira. Tudo é controle mental. Eles querem que a gente odeie os homens que protegem.
Davi Amorelli abril 26, 2025
Essa cena foi dura, mas necessária. Ellie precisa passar por isso para crescer. Não é sobre vingança, é sobre entender que a dor não se resolve com mais dor. Você não é fraco por sentir. Só precisa seguir em frente, mesmo que o caminho esteja escuro.
Marcus Campos abril 27, 2025
Joel morreu pra que a gente pudesse ver que o amor verdadeiro às vezes é o que te destrói. E Abby? Ela só queria um pai. E Joel? Ele só queria uma filha. O jogo não tinha vilões. Só pessoas quebradas. E a série? Ela não está adaptando um jogo. Ela está expondo a alma humana com um bisturi.
Sérgio Eusébio abril 27, 2025
A morte de Joel foi brutal, mas a direção fez um trabalho impecável em manter a tensão emocional sem cair no melodrama. A câmera segura o rosto dele por exatamente 7 segundos depois do golpe - nenhum som, só respiração. Isso é cinema. E a performance da Kaitlyn Dever? Ela não interpreta uma vilã. Ela encarna o peso da dor acumulada por anos. Ninguém sai vencedor aqui. E é por isso que funciona.
Yuri Marques abril 28, 2025
eu ainda estou em choque 😔