Hamas: o que você precisa saber

Quando falamos de Hamas, estamos tratando de um movimento político e militar que surgiu nos anos 1980 na Faixa de Gaza, território costeiro palestino que abriga cerca de dois milhões de habitantes. Também conhecido como Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas combina atividades sociais, como assistência médica e educacional, com uma ala armada chamada Brigada Izz al‑Dín al‑Qassam. Essa dualidade gera debates intensos sobre legitimidade e violência.

Relações de poder e influência

O Hamas não age isolado; ele está inserido no Conflito Israel‑Palestina, disputa de quase um século que envolve reivindicações territoriais, identidade nacional e segurança regional. A dinâmica do conflito determina as estratégias do Hamas, que ao mesmo tempo busca apoio popular e enfrenta pressões de potências regionais como o Irã e o Qatar. Por outro lado, o Estado de Israel, país que controla o acesso à Gaza e mantém um bloqueio militar e econômico responde com operações militares, cerco econômico e negociações diplomáticas.

Dentro da Palestina, o Hamas compete com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) baseada na Cisjordânia. Enquanto a ANP adota uma postura mais diplomática, o Hamas privilegia a resistência armada, o que cria uma polarização interna que impacta a vida cotidiana dos palestinos. Essa rivalidade também influencia a agenda internacional, pois países e organizações não‑governamentais precisam escolher a quem dialogar para contribuir com a paz ou para apoiar projetos humanitários.

Do ponto de vista social, o Hamas administra escolas, hospitais e redes de ajuda que atendem a milhares de famílias em Gaza. Esses serviços reforçam sua base de apoio, mas também geram críticas quando recursos são desviados para fins militares. Essa ambiguidade entre assistência civil e atividade bélica torna o grupo um caso único de movimento que combina governança e insurgência.

Em termos de ideologia, o Hamas se apoia no islamismo político e na narrativa de libertação nacional. A sua carta fundadora menciona a criação de um estado palestino sob lei islâmica, enquanto a Brigada Izz al‑Dín al‑Qassam realiza ataques que visam alvos militares israelenses. Essa combinação de religião, nacionalismo e violência forma o que se pode chamar de resistência híbrida, que desafia as convenções de guerra tradicional.

Os impactos econômicos são visíveis: o bloqueio imposto por Israel e Egito reduz drasticamente as exportações e a importação de bens essenciais, gerando escassez e crises humanitárias recorrentes. O Hamas, ao controlar os recursos internos, tenta mitigar esses efeitos, mas a dependência de ajuda internacional cria vulnerabilidades políticas.

Do ponto de vista geopolítico, a presença do Hamas na região atrai a atenção de atores como o Hezbollah libanês e grupos jihadistas mais amplos, que veem em Gaza um ponto de apoio para suas próprias agendas. Ao mesmo tempo, países ocidentais monitoram as atividades do Hamas por causa de sua designação como organização terrorista por diversas nações.

Para quem acompanha as notícias, entender o Hamas significa observar um conjunto de fatores interligados: sua origem histórica, suas estruturas sociais, sua capacidade militar e as reações de Israel e da comunidade internacional. Cada um desses elementos cria um panorama complexo que muda a cada ciclo de confrontos ou negociações.

A seguir, você encontrará uma seleção de matérias que abordam diferentes aspectos desse tema – desde análises de operações militares até reportagens sobre a vida cotidiana em Gaza, passando por debates políticos sobre possíveis soluções para o conflito. Prepare‑se para aprofundar seu conhecimento e ver como o Hamas se encaixa nessa rede de relações que molda o futuro da região.

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